Penso em como - ou quanto, até que ponto - nossa existência depende da nossa consciência.
No sentido de que parece que as coisas somente acontecem, assim de verdade, quando estamos conscientes. Pense nas melhores e piores coisas que aconteceram na sua vida, e na forma com que você pensou nelas durante o tempo que aconteceram.
Pode parecer meio estúpido, mas pense bem.
Por exemplo uma festa de casamento, um evento, sei lá. A graça do negócio só tem graça se você pensou no momento "legal que eu estou aqui."
Digamos que você tivesse passado a festa inteira pensando em outra coisa. Aí ao final de tudo, diria "nossa, já foi! Mas é como se eu nem tivesse estado aqui!"
Um pensamento um tanto inútil , certo?
Mas se pensar bem, quanto dos meus neurônios tenho gastado em viver as coisas no momento em que estão acontecendo?
Faz todo sentido que na Bíblia nos é dito para viver dia após dia, e não ficar gastando o presente com as preocupações com as coisas que ainda não chegaram.
Não raro me vi vivendo uma rotina em que acordava esperando pelo momento de ir pra aula, assistia a aula esperando o almoço, almoçava esperando o estagio, trabalhava esperando dar a hora de ir embora, ia embora esperando pra chegar em casa, chegava em casa esperando pra dormir, dormia esperando pra acordar, acordava esperando pelo momento de...
Não parece sem sentido? Ou será que acontece sem que a gente perceba?
Quanto menos tempo gastarmos no presente menos importante a vida fica e vivemos eternamente frustrados, como se esperando para que ela chegue.
E aí esse futuro que parece tão ameaçador, de olhos grandos engolindo o agora diminui de tamanho e se torna como o presente de natal embaixo da árvore. Sabemos que está ali e que vai continuar ali, e parece quase mais bonito assim empacotado pro "depois" do que aberto no nosso colo.
E o papel rasgado todo rasga junto qualquer outra expectativa e tudo aquilo que ele não é.
Sobra apenas aquilo que ele é.
Não que a verdade do que as coisas são seja pior do que a expectativa quase que sem fôlego daquilo que elas poderiam ser, mas acho que devíamos concordar que uma árvore cheia de presentes é muito mais linda do que um armário socado de... sei lá, pijamas.
*obs. Nada contra ganhar pijamas de Natal! Adoro pijaminhas!
:]
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Oi pijaminha. [heh]
ResponderExcluirVocê e toda essa habilidade de ser doida e intelectual, ser formal e conseguir fazer rir. Teu jeito de escrever tem tudo a ver com teu jeito de ser.
Que bom que não fez engenharia.
Assim você pensa em coisas mais legais que números durante as viagens de Vila Sandra.
Adorei o texto. :)
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Acho que também tem um outro jeito de viver, sem esperar chegar as próximas coisas que virão, e tampouco aproveitando o momento.
Viver só esperando que o momento, por sua vez, chato, e com todas as suas chatices, passem logo...
Pra que venha algo diferente; sei lá, quando vamos realmente conseguir deixar tempo pras coisas realmente importantes da vida, como conversar com os amigos, passear no bosque, fazer um pouquinho de música, ler coisas legais, ajudar alguém a fazer alguma coisa, tomar sundaes, pensar sobre a própria vida, escrever essas birutices...
Mas é engraçado por que, se eu quiser, poderia ter esse tempo hoje; e por alguma razão estranha continuo a fazer uma série de coisas que não julgo importante, mas que são importantes, pra alguém, ou vão ser pra mim mesmo, em algum momento. Momento que não é o agora, mas ainda vai ser. E a gente vai levando.
Não rugisse o tempo, escreveria um pouco mais...
Seu,
Gui.
E antes que eu esqueça de ser eu mesmo,
ResponderExcluiraumenta esse tamanho de fonte!!
:P
oie, amei o texto e a interação de vocês dois
ResponderExcluirmartin
2018
eu assinei 2018
Excluiracho que não sei mexer na internet
em pleno 2018
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