segunda-feira, 6 de julho de 2009

Não dá tempo.

E há alguma coisa, ainda, como que não dita, que faz parecer que estou prestes a descobrir algo pertinente e essencial demais sobre o tempo.
Que anularia o poder incansável que exerce sobre a minha vida, que me faria descansar.

Ele que se divide todo em ciclos, que se repetem o tempo todo e nada do que eu faça o fará parar. E, sendo assim, é sobrenatural.
Porque não é o sono que eu durmo entre a luz do sol de um dia e a do próximo que separa a sexta do sábado; e se, por algum acaso e aguda ausência de atividades pertinentes, eu escolher, por vontade própria, parar, inerte, em frente ao relógio e me recusar a fazer parte da massa que se submete a ele, e em corajosa e besta intenção resistente impedir os ponteiros de decidirem por mim as coisas que são minhas mas que, oras, não controlo de fato; correr e fazer parar os relógios de casa, dos vizinhos, nos pulsos, nos aparelhos, nas casas, prédios, cidades, noite e dia; de nada adiantaria, enfim.

Porque não se consegue controlar o tempo controlando-se suas manifestações.
Tãopouco recusar-se seu senhorio.



O que me dá essa vontade de refletir sobre assuntos completamente inúteis dos quais não se chegará a conclusão nenhuma, nem eu sei.
Acho que gosto de escrever, e a sensação de que concluirei com algum absoluto, por mais que falsa, me eche com alguma expectativa que mesmo frustante, alivia a alma a medida que preenche linhas e mais linhas com essas minhas palavrinhas tortas.